domingo, 28 de agosto de 2016

28 de Setembro amando na chuva

Não quero ser o santo,
muito menos fazer o sacramento.
No solstício de seu inverno,
o meu equinócio caminhava para o verão,
entenda as voltas deste eixo . . . nesta terra,
que inverte as nossas opiniões. É claro.
Teu lado escuro ao lado das tuas sombras.
Solstícios e equinócios, sem previsão.
O meu verão será o seu inverno
percorrendo a órbita em torno do teu Sol.
Sem limites e com muitas vibrações.
nas ondas do tempo,
sem espaço, nem escuridão,
somente os pontos das transformações.
Primavera com muito amor, apresentando
a chegada do verão.

sábado, 27 de agosto de 2016

III - SONETO DE METIDAÇÃO

O efêmero. Ora, um pássaro no vale
Cantou por um momento, outrora, mas
O vale escuta ainda envolto em paz
para que a voz do pássaro não cale.

E uma fonte futura, hoje primária
No seio da montanha, irromperá
Fatal, da pedra ardente, e levará
À VOZ A MELODIA NECESSÁRIA.

O efêmero. E mais tarde, quando antigas
Se fizerem as flores, e as cantigas
A uma nova emoção morrerem, cedo

Quem conhecer o vale e o seu segredo
Nem sequer pensará na fonte, a sós . . .
Porém o vale há de escutar a voz.
Vinícius de Moraes
OXFORD 1938

II - SONETO DE MEDITAÇÃO

Uma mulher me ama. Se eu me fosse
Talvez ela sentisse o desalento
da árvore jovem que não ouve o vento
Inconstante e fiel, tardio e doce.

Na sua tarde em flor. Uma mulher
Me ama como a chama ama o silêncio
E o seu amor vitorioso vence
o desejo da morte que me quer.

Uma mulher me ama, Quando o escuro
Do crepúsculo mórbido e maduro
Me leva a face ao gênio dos espelhos

e eu, moço, busco em vão meus olhos velhos
Vindos de ver a morte em mim divina:
UMA MULHER ME AMA E ME ILUMINA.
OXFORD 1938 - Vinícius de Moraes

IV - SONETO DE MEDITAÇÃO

Apavorado acordo, em treva. O luar
É como o espectro do meu sonho em mim
E sem destino, e louco, sou o mar
Patético, sonâmbulo e sem fim.

Desço na noite, envolto em sono; e os braços
Como imãs, atraio o firmamento
ENQUANTO OS BRUXOS, VELHOS E DEVASSOS
Assoviam de mim na voz do vento.

Sou o mar ! sou o mar ! meu corpo informe
Sem dimensão e sem razão me leva
Para o silêncio onde o Silêncio dorme

Enorme. E como o mar dentro da treva
Num constante arremesso largo e aflito
Eu me espedaço em vão contra o infinito.
OXFORD 1938 - Vinicius de Moraes

I - SONETO DE MEDITAÇÃO

Mas o instante passou. A carne nova
Sente a primeira fibra enrijecer
E o seu sonho infinito de morrer
Passa a caber no berço de uma cova.

Outra carne virá. a primavera
È carne, o amor é selava esterna e forte
Quando o ser que viver unir-se à morte
No mundo uma criança nascerá.

Importará jamais por quê ? Adiante
O poema é translúcido, e distante
A palavra que vem do pensamento

Sem saudade. Não ter contentamento.
Ser simples como o grão de poesia.
E íntimo como a melancolia
OXFORD, 1948 - Vinicius de Moraes



terça-feira, 23 de agosto de 2016

PENSAMENTOS ORIENTAIS


Não acredite em algo simplesmente porque ouviu.
Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque esta escrito em seus livros religiosos.
Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade.
Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração.
Mas depois de muita análise e observação, se você vê  algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e benefício de todos, aceite-o e viva-o.
( BUDA ) mestresdaindia.blogspot.com.br

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

A JUSTIÇA EM ESTADO PURO


Quero que me ensinem também o valor sagrado da justiça - da justiça que apenas tem em vista o bem dos outros, e para si mesma nada reclama senão o direito de ser posta em prática. A justiça nada tem a ver com a ambição ou a cobiça da fama, apenas pretende merecer aos seus próprios olhos. Acima de tudo, cada um de nós deve convencer-se de que por esta inestimável virtude devemos estar prontos a arriscar a vida, abstendo-nos o mais possível de quaisquer considerações de comodidade pessoal. não há que pensar qual virá a ser o prêmio de um ato justo; o maior prêmio está no f ato de ele ser praticado. Mede também na tua ideia aquilo que há pouco te dizia:
não interessa para nada saber quantas pessoas estão a par do teu espírito de justiça. Fazer publicidade da nossa virtude significa que nos preocupamos com a fama, e não com a virtude em si.
Não queres ser justo sem gozares da fama do ser ? Pois fica sabendo: muitas vezes não poderás ser justo sem que façam mau juízo de ti ! Em tal circunstância, se te comportares como sábio, até sentirás prazer em ser mal julgado por uma causa nobre !
SÉNECA, IN  " Cartas a Lucílio "

Sem palavras és um anjo

Renascer não é um erro morrer, não significa morte O medo ? Valente Homem Hoje é aquele momento Permita-me ver Kaô Ogum Yê Vem m...